Artigos | 2018

Entre Objetos da Ciência e Vítimas de um Holocausto Negro: Humanização, agência e tensões classificatórias em torno das ossadas do sítio arqueológico Cemitério dos Pretos Novos.

VASSALLO, SIMONE PONDÉ.

INTERSEÇÕES – REVISTA DE ESTUDOS INTERDISCIPLINARES, v. 20, p. 36-66, 2018.]

Link Artigo: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/intersecoes/article/view/35858/25625

Resumo: Este artigo procura problematizar alguns agenciamentos de vestígios humanos a partir da análise do tratamento dado a ossadas encontradas em 1996, no subsolo de uma residência familiar, na região portuária do Rio de Janeiro. Inspirando-me nas obras de Bruno Latour e Michel Callon, procuro observar como se constrói progressivamente o fato científico de que esses ossos pertencem ao sítio arqueológico Cemitério dos Pretos Novos, destinado ao  enterramento de africanos que morreram logo após o desembarque dos navios negreiros,entre fins do século XVIII e início do XIX. O objetivo do presente artigo consiste em analisar a produção do sítio arqueológico Cemitério dos Pretos Novos e os diversos procedimentos através dos quais as ossadas são convertidas ora em objetos de pesquisa a serem armazenados em laboratórios científicos, ora em testemunhas de um holocausto negro que devem ser expostas ao público no Memorial Pretos Novos. Busco analisar as tensões e ambiguidades classificatórias que surgem ao longo do processo que, simultaneamente, objetifica e humaniza as ossadas, tratando-as ao mesmo tempo como objetos de estudos científicos e laboratoriais e como testemunhas de um crime contra a humanidade.

Exploraciones alrededor de la relación entre personas y objetos rituales en las celebraciones populares de los Reyes Magos en Brasil. 

BITTER, Daniel .

Revista Española de Antropología Americana, v. 48, p. 1-327, 2018.

Link Artigo: https://revistas.ucm.es/index.php/REAA/article/view/63690

Resumo: En este artículo, se reflexiona sobre los usos sociales y simbólicos de objetos rituales en el contexto de la folia de reis, una fiesta popular dedicada a los Reyes Magos, que ocurre en gran parte del territorio brasileño, en el que hombres, mujeres, niños, jóvenes y ancianos participan intensamente en grandes redes de reciprocidad social. El estandarte es un soporte material utilizado por los participantes en sus peregrinaciones rituales y en el cual se fijan imágenes de santos católicos. Alrededor del estandarte se establece un intenso campo de interacciones y acciones. Su importancia se puede expresar en la creencia de que el estandarte posee poderes supra-mundanos, que traen bendiciones y dádivas al destinatario. La máscara, a su vez, es utilizada por un personaje clave de las fiestas conocido como payaso. Es un tipo liminal, cómico y ambiguo, y su máscara de apariencia grotesca adquiere significados moralmente negativos, en contraste con el estandarte. Objetivos y subjetivos, materiales e inmateriales, tales objetos se caracterizan, al fin y al cabo, por ser ambivalentes, pues realizan mediaciones entre dominios naturales, sociales y cósmicos.

 A MÚLTIPLA PEQUENA ÁFRICA. IMAGENS REFLEXAS DE NEGROS E JUDEUS.

VASSALLO, S. P. ; BITTER, Daniel .

ANTROPOLÍTICA (UFF), v. 1, p. 5, 2018.

Link Artigo: http://www.revistas.uff.br/index.php/antropolitica/article/view/663

Resumo: Neste artigo, pretendemos pensar as dinâmicas de produção de narrativas e experiências contemporâneas acerca do território imaginário que veio a ser conhecido como a Pequena África, no Rio de Janeiro, tentando compreender como elas entrelaçam pessoas e lugares, muitas vezes de forma tensa e disputada. Partimos da perspectiva de Michel Agier, para quem a cidade é um significante vazio cujos múltiplos e possíveis sentidos são elaborados situacionalmente pelos atores sociais. Nesse sentido, entendemos que a Pequena África não possui uma definição rígida e pré-definida mas, ao contrário, é sempre aberta à pluralidade de significados e entendimentos atribuídos pelos diferentes indivíduos e grupos que dela se apropriam. Para tanto, iremos analisar algumas narrativas e práticas e seus principais protagonistas, a saber: as ações de Gracy Mary Moreira em torno das memórias de sua bisavó, Tia Ciata; a luta de lideranças negras da Comissão da Pequena África pela história de um cemitério de africanos escravizados; e as práticas de um grupo de músicos judeus denominado Rancho Praça Onze Klezmer Carioca, que procura recriar a memória da vida judaica na região.

Politização da cultura e participação social entre Brasil e Argentina: territórios e memórias em disputa

GONÇALVES, R. S.; INFANTINO, J. 

 ANTROPOLÍTICA: REVISTA CONTEMPORÂNEA DE ANTROPOLOGIA, v. 45, p. 11-20, 2018.

Link Artigo: http://www.revistas.uff.br/index.php/antropolitica/article/view/659

Resumo: Os artigos reunidos neste dossiê1 buscam problematizar, a partir de situações empíricas de pesquisa especialmente no Brasil e na Argentina, como as produções culturais de diversos grupos sociais, nesses dois países, renovam e mobilizam memórias, conhecimentos e recursos políticos, culturais, organizativos, econômicos e identitários, dando visibilidade a novas disputas dentro do espaço público. Neste campo de negociações, os setores historicamente subalternizados, jovens da periferia urbana (ADERALDO, 2017), grupos indígenas (CRESPO, 2013a), artistas populares (MOREL, 2011), grupos étnicos (VASSALLO; CICALO, 2015; BITTER, 2015) acionam e se organizam coletivamente por meio de associações e projetos culturais em resposta a políticas e projetos de modernização de cidades e territórios.

Etnografias urbanas: explorando as cidades contemporâneas.Introdução. 

FERRO, L. ; GONÇALVES, R. S.   

ETNOGRÁFICA (LISBOA, v. 22, p. 305-310, 2018.

Link Artigo: http://www.scielo.mec.pt/pdf/etn/v22n2/v22n2a04.pdf

Resumo: O texto apresenta o dossiê “Etnografias urbanas: explorando as cidades contemporâneas”, focalizando em particular as potencialidades e constrangimentos do fazer etnográfico em contextos urbanos diferentes – Porto (Portugal), Barcelona (Espanha) e Yachay (Equador) -, operacionalizado a partir de formações disciplinares diversas (antropologia, sociologia, psicologia e ciência política). Os trabalhos aqui apresentados resultam de pesquisas atravessadas por eixos analíticos comuns e pelo debate sobre os horizontes da etnografia na cidade, incluindo relevantes questionamentos metodológicos, técnicos e sociopolíticos. Os trabalhos editados oferecem bons exemplos dos principais desafios da investigação atual no âmbito da etnografia urbana.

Skip to content