Artigos | 2019
Conflitos, verdades e política no Museu da Escravidão e da Liberdade no Rio de Janeiro.
VASSALLO, SIMONE PONDÉ; RODRÍGUEZ CÁCERES, LUZ STELLA
HORIZONTES ANTROPOLÓGICOS (UFRGS. IMPRESSO), v. 25, p. 47-80, 2019.
Link Artigo: https://www.scielo.br/pdf/ha/v25n53/1806-9983-ha-25-53-47.pdf
Resumo: Esse artigo se propõe a analisar a tentativa de implementação do Museu da Escravidão e da Liberdade (MEL), marcada por sucessivas dificuldades e cujo intuito é trazer a “verdade” sobre a escravidão. Acreditamos que o MEL se encontre no cerne de intensas disputas políticas mais amplas, daí as adversidades que encontra. Por um lado, ele expressa as dificuldades do movimento negro em trazer a público as memórias da escravidão. Por outro, ele revela os embates entre projetos voltados para ações afirmativas, reparação e reconhecimento no novo contexto político conservador que ocorre tanto na administração pública federal quanto na municipal. Para tanto, nos inspiramos na noção de “rituais abortivos”, de Trouillot, para quem as evocações memorialísticas e os pedidos públicos contemporâneos de desculpas por crimes cometidos no passado esvaziam-se do seu potencial político e não possuem um caráter verdadeiramente transformador.
Performances, Imaterialidades e a Produção Cultural do Real.
GONÇALVES, R. S.; RAPOSO, P. ; TAMASO, Izabela .
Sociedade e Cultura, v. 22, p. 1-5, 2019.
Link Artigo: https://www.revistas.ufg.br/fchf/article/view/59951
Resumo: Quando falamos de imaterialidades, destacamos a ação humana com suas múltiplas possibilidades de expressão, sua dimensão simbólica e criativa de produção do real. Quando falamos de performance, enfatizamos a ação humana como exercício de atuação. Tais eixos se complementam e, por vezes, se imbricam nas diferentes vertentes da tradição antropológica (ver Cavalcanti e Gonçalves, 2017), nos estudos brasileiros sobre processos de patrimonialização (ver Gonçalves e Tamaso, 2018), nos diálogos sobre antropologia e performance (ver Raposo, 2013) e também neste dossiê. O dossiê reúne artigos que abordam temas relacionados a um conjunto diversificado e heterogêneo de formas expressivas da cultura, especialmente de modo a permitir pensar criticamente a produção cultural do real. Como viés mais presente nos artigos, destaca-se o aspecto patrimonial na produção do real. Ao abordarem a dimensão patrimonial de formas e expressões culturais nos contextos das políticas públicas de preservação cultural, os autores destacam o viés problematizado dos termos oficiais de classificação e de preservação em contraponto com a amplitude da construção de memórias coletivas e individuais, e também de narrativas e ações que não são alcançados por tais enquadramentos.